Ando revoltado com a USP. Minha orientadora demorou 9 meses pra corrigir uma monografia. 9 meses!!! Dava pra nascer um bebê.
Como se trata da FFLCH (Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas) é de se esperar que um tema como o meu (A influência de áreas verdes no controle de pragas urbanas) seja visto como algo menor, afinal, segundo os professores do Departamento de Geografia, estes estudos são apenas técnicos e não conhecimento puro. Estudar a luta de classes e os movimentos sociais é realmente algo que mudará o rumo do Brasil, do mundo, do universo e até do cometa Halley.
Como sou um completo ignorante da vida que me cerca, conseqüentemente meus pensamentos são extremamente limitados, mas como este blog é meu, vou postá-los com vontade, escrevendo o que penso destes estudos na área de humanidades.
Focar apenas em um determinada parcela da sociedade não serve de muita coisa. É apenas uma visão extremamente parcial e congelada de algo dinâmico e complexo que é o mundo e este é completamente ignorado, como se esse grupo vivesse isolado do resto da realidade contemporânea, do sistema econômico. A conclusão sempre é a hipótese inicial. Dá pra levar em consideração os estudos antropológicos, que descrevem determinados grupos, mas não é permeado de ideais igualitários e ilusórios.
Sem falar que o pesquisador dessa área nunca vive na realidade ou vive essa realidade na overdose. Nunca é imparcial em relação aquilo que ele observa. Certos fenômenos sociais são apresentados de uma forma completamente exagerada ou é completamente ignorada.
Esses estudos são um porre pra mim como leitor. Um nada pra mim como pesquisador. Totalmente sem sentido pra alguém que vive a realidade do cotidiano.
Fora esse maniqueísmo infernal que domina a área de humanas. Certos movimentos sociais são do bem e outros movimentos sociais são do mal. Há uma pesada crítica à religião e a igreja no meio acadêmico, mas os mesmos erros são cometidos. Irritante, cínico e hipócrita. Isso não é ciência, desculpe.
Fora os estudos na Educação, que só me ensinaram a não ler mais nada a respeito de educação. A maioria dos estudos foi feito por pessoas que não vivenciaram o processo de ensino-aprendizagem, apenas o observaram por alguns instantes. Pra mim é como fazer um curso de neurocirurgia olhando fotos.
Sabe o que é o pior? Os caras que produzem estes estudos exigem ser tratados como detentores da sapiência mais pura, como gênios incompreendidos e como defensores da humanidade e da justiça. Além de estarem bem longe dessa projeção esquizofrênica, gastam um montão de dinheiro público. Prozac não sairia mais barato?