segunda-feira, 30 de maio de 2011

Área de Humanas - pra que serve?

Ando revoltado com a USP. Minha orientadora demorou 9 meses pra corrigir uma monografia. 9 meses!!! Dava pra nascer um bebê.

Como se trata da FFLCH (Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas) é de se esperar que um tema como o meu (A influência de áreas verdes no controle de pragas urbanas) seja visto como algo menor, afinal, segundo os professores do Departamento de Geografia, estes estudos são apenas técnicos e não conhecimento puro. Estudar a luta de classes e os movimentos sociais é realmente algo que mudará o rumo do Brasil, do mundo, do universo e até do cometa Halley.

Como sou um completo ignorante da vida que me cerca, conseqüentemente meus pensamentos são extremamente limitados, mas como este blog é meu, vou postá-los com vontade, escrevendo o que penso destes estudos na área de humanidades.

Focar apenas em um determinada parcela da sociedade não serve de muita coisa. É apenas uma visão extremamente parcial e congelada de algo dinâmico e complexo que é o mundo e este é completamente ignorado, como se esse grupo vivesse isolado do resto da realidade contemporânea, do sistema econômico. A conclusão sempre é a hipótese inicial. Dá pra levar em consideração os estudos antropológicos, que descrevem determinados grupos, mas não é permeado de ideais igualitários e ilusórios.

Sem falar que o pesquisador dessa área nunca vive na realidade ou vive essa realidade na overdose. Nunca é imparcial em relação aquilo que ele observa. Certos fenômenos sociais são apresentados de uma forma completamente exagerada ou é completamente ignorada.

Esses estudos são um porre pra mim como leitor. Um nada pra mim como pesquisador. Totalmente sem sentido pra alguém que vive a realidade do cotidiano.

Fora esse maniqueísmo infernal que domina a área de humanas. Certos movimentos sociais são do bem e outros movimentos sociais são do mal. Há uma pesada crítica à religião e a igreja no meio acadêmico, mas os mesmos erros são cometidos. Irritante, cínico e hipócrita. Isso não é ciência, desculpe.

Fora os estudos na Educação, que só me ensinaram a não ler mais nada a respeito de educação. A maioria dos estudos foi feito por pessoas que não vivenciaram o processo de ensino-aprendizagem, apenas o observaram por alguns instantes. Pra mim é como fazer um curso de neurocirurgia olhando fotos.

Sabe o que é o pior? Os caras que produzem estes estudos exigem ser tratados como detentores da sapiência mais pura, como gênios incompreendidos e como defensores da humanidade e da justiça. Além de estarem bem longe dessa projeção esquizofrênica, gastam um montão de dinheiro público. Prozac não sairia mais barato?

Leis...

Estava refletindo sobre as leis e como elas nunca chegam a quem precisa. Aqui em São Paulo a gente vê tanta coisa no dia a dia, especialmente nos espaços públicos, nas ruas, no transporte público coletivo... as pessoas não querem justiça, querem privilégios. As leis são até interessantes, mas não levaram em conta a capacidade de sacanagem embutida nas pessoas, vou até citar alguns exemplos para ficar mais claro:


A Lei Maria da Penha não chega na mulher desgraçada que é espancada todo dia lá no interior de Roraima; muitas das que usam a lei é uma louca que tentou esfaquear o marido e ele segurou o braço dela pra se defender e até ele conseguir provar que não foi o agressor, dá-lhe tempo e desgaste.

A Lei contra racismo não chega na empregada negra que sofre humilhações porque ela precisa muito do salário e não denuncia ninguém, aguenta calada. Quem usa muitas vezes é algum negão folgado que te xinga do nada e quando você revida ele diz que foi racismo e chama a polícia.

O Estatuto do Adolescente idem. A criança explorada nos canfundós do Pará não tem como usar o ECA. Quem se aproveita é o fedelho insuportável e sem limites que enche o saco dos professores e que nem os pais mais sabem o que fazer.

O Estatuto do Idoso é igual. O velhinho explorado e que tem a aposentadoria roubada pelos familiares fica de boca calada com medo. Quem aciona a lei é aquele velho filha da puta que torra a paciencia de todo mundo, xinga, agride até mesmo fisicamente para depois se fazer de vítima.

Em relação aos gays acho que vai ser a mesma coisa, se sair a lei contra homofobia (que palavra estranha, certas pessoas não têm medo dos gays, têm ódio mesmo) - que é bastante improvável - a bichinha da periferia vai continuar apanhando (ou morrendo), mas quem vai usar é a bicha folgada que adora escândalo e provocar os outros.

A impressão é que essas leis para as minorias só criaram uma minoria privilegiada. Quem estava em uma situação desfavorável ainda continua lá. Pior é ver gente que comemora essas mentiras como se fosse uma vitória contra a injustiça, só que na verdade, criou-se mais injustiças...

domingo, 1 de maio de 2011

Gata ingrata

Vivo com a Siri por mais ou menos 4 anos. Antigamente tudo era aberto aqui em casa. Acho que por causa do trauma da queda do sexto andar que ela sofreu antes de viver comigo, ela não saia de casa. Com o tempo, ela tomou coragem e começou a passear pelos telhados vizinhos e confesso que não gostava muito porque ela voltava suja e cheia de pulgas. E dar banho em gato é um inferno, o segredo é segurar bem firme no pescoço deles e pressioná-lo no chão, porque senão eles te mordem e te arranham (não necessariamente nessa ordem).

Há uns 4 meses atrás resolvi telar a casa toda. Custou uma nota (350 reais), mas valeu a pena, porque eu senti que ela estava segura. Depois de uns dias do serviço feito eu descobri que ela estava prenha! Nessas escapulidas antes da tela, ela deve ter cruzado com algum gato vira-lata e estava esperando filhotinhos. Me preocupei com os gastos, mas ao mesmo tempo feliz, porque ela é muito carinhosa (até parece um cachorro) e imaginei que os filhotes seriam iguais a ela.

Eis que numa madrugada do mês retrasado, ela começa a sangrar muito pela vagina e eu aguardando ansioso pelo nascimento. Sai muito sangue, mas nada de filhotes. Preocupado fui a um veterinário 24hs (mais gastos!) e descubro que ela estava tendo um aborto e que era necessário uma cirurgia de emergência (quando vi a conta, quem quase abortou fui eu). Enfim, era algo necessário e de emergência, parcelei a conta em 3 vezes e a deixei na clínica para a cirurgia e aproveitei para pedir também a castração.

Já faz 2 meses que ela passou por isso e ela mudou a personalidade completamente. Não é mais aquela gata carinhosa de antes. Fica miando muito para sair de casa, tenta fugir pela porta da frente e pegou gosto em destruir as coisas. Derruba tudo que pode das estantes, da geladeira e armários e antes ela nem ligava em subir nesses lugares. Destruiu meus CD´s, vidros com comida e mel. Ontem mesmo ela entrou no meu quarto e urinou na minha gaveta de meias. O ódio está tomando conta de mim.

Está ficando idiota também. Tentou fugir por um vidro quebrado do banheiro e conseguiu cortar todo o pescoço.

Nem colo ela quer mais. Se eu chego na cozinha e ela está lá, ela vai pra outro lugar. Não quer minha presença. Tenho a impressão que ela está me culpando pela perda dos filhotes.

O estranho é que dizem que os gatos ficam mais caseiros depois da castração. Com a Siri, foi justamente o contrário. Só sei que ela está conseguindo me irritar cada dia mais.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Retorno as aulas


Hoje, dia 26/01/2011, houve o retorno dos alunos para as salas de aula. Para muitos, o que eu vou escrever pode soar estranho, já que a grande maioria dos professores começam a ter um síncope só de lembrar de uma sala de aula cheia: "Que bom, estava com saudades! A sala de aula, me faz sentir vivo e principalmente util !".

Apesar de todos os problemas na educação brasileira, sou muito mais a companhia de muitos adolescentes do que de poucos adultos. Adolescentes, apesar dos seus problemas comuns da idade, como a rebeldia e o pseudo desprezo pelo conhecimento, têm algo que eu admiro que é a mente aberta a novas idéias e por mais dissimulados que tentem ser, a hipocrisia ainda não engessou na personalidade deles, fora o senso de humor que torna a vida mais leve.

O que realmente me irrita, estressa, enerva, enraivece, enfurece na escola é a própria estrutura em si, que é a imagem e semelhança do mundo adulto: falso-moralista, hipócrita , dissimulado e que leva todas as questões, por mais simples que sejam, de uma forma pesada, a ferro e fogo.

Parece que os trabalhadores da educação, desiludidos com o trabalho, desiludidos com o amor, desiludidos com a conta bancária, desiludidos com o orgasmo, desiludidos com a vida, carregam a desilusão também no processo de ensino-aprendizagem. Não precisa, de desilusão, basta o próprio ato de viver. Ela vem com o tempo, não precisa ninguém adiantar esse processo natural para seres que estão começando a vida.

Os adultos fingem que amam, fingem que são boas pessoas, fingem que se preocupam com alguma coisa, fingem que são melhores do que realmente são. É isso que queremos ensinar? A escola é o espaço normatizador do educar, que é passar os conhecimentos que são relevantes para a nossa sociedade. Não é de se estranhar que a nossa sociedade é tão doente.

As reunião de planejamento para mim são um martírio, é muita gente junta com baixa auto estima e necessidade de atenção, num lugar só.


Pra finalizar vou listar algumas coisas que eu mesmo aprendi na escola, depois de adulto:

1 - Bom humor é sinônimo de incompetência e o contrário também é verdadeiro. Sorria, brinque, seja espirituoso é será considerado um péssimo educador. Se tocar o terror, levar seus problemas pessoais para o trabalho e deixar a todos num silêncio cadavérico será extremamente competente. Quando as pessoas estão mudas e não dão feedback, significa que elas estão extremamente concentradas no que você diz! Se teu marido ou esposa nem responde ao que você diz, não se preocupe, ele(a) te ama! Só está concentrado(a)!

2 - Reclame muito da sua vida desgraçada. Se você não reclamar de nada, as pessoas vão achar que sua vida é tão maravilhosa que você é digno(a) que um ódio coletivo e vão jogar os piores horários nas suas costas.

3 - Fale muito de bulllyng, que é feio, machuca, dói e fere, mas jamais interfira diretamente quando ele ocorrer, mesmo que na sua fuça. Se tiver um aluno sendo humilhado, finja que não viu! Viu como é fácil lidar com o bullyng?

4 - Faça de conta que adolescente não sabe nada sobre sexo. Fuja das perguntas. Mencionar algo a respeito pode estimulá-los à prática. AIDS? DST? Isso só pega quem não presta. E pra falar disso só mesmo um médico, uma pessoa sem relação emocional alguma com os adolescentes é que farão eles se abrirem e contarem os seus maiores segredos! Além disso, os médicos estão acumulando tantas funções na área de saúde que pra falar de saúde, você precisa de uma receita.

5 - Nada de proximidade com os adolescentes. Mulher quando demonstra carinho é porque tem instinto maternal, homem quando demonstra carinho é porque é pedófilo. E realmente o aprendizado não tem relação alguma com estado emocional, essas coisas não têm conexão.

6 - Jamais diga a verdade. Mesmo que o aluno seja preguiçoso ou tenha dificuldades de aprendizagem, diga que ele é um gênio e que passará em medicina na USP, você não pode desestimulá-lo. Se ele se suicidar depois da décima tentativa no vestibular, o problema não é seu, já que nessa época com certeza ele terá mais de 18 anos.

7 - Cristianismo e ciência sempre andam juntas, são praticamente irmãs siamesas. Tudo se explica por Deus, desde a evolução das espécies até o movimento das placas tectônicas e formação de relevo.

8 - Fale mal dos outros professores, aponte as falhas e incompetência deles e se mostre como o verdadeiro detentor do conhecimento. Mas não seja mesquinho, faça isso demonstrando que sua atitude tem uma relação profunda com uma preocupação com o futuro deles e só. Se você não ensina nada que preste, não tem problema, o que vale é o show!


Essas coisas me fazem refletir muito...




segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Astrologia e seus críticos

Sou um fã declarado da astrologia, ainda um estudante, bem amador mesmo, mas estou progredindo.

Tenho plena consciência de que não se trata de uma ciência e de que a influência dos astros na personalidade das pessoas não podem ser comprovadas, mas e daí?

Talvez esse gosto tenha um pouco da influência cultural nipônica, já que é um tanto comum nas famílias japonesas e nipo-brasileiras fazer uma descrição astrológica de um novo membro da família, utilizando a astrologia chinesa. Os mais velhos sempre têm a resposta na ponta da língua: "Ah... esse daí é assim agitado porque nasceu no ano de dragão, no horário do cavalo, não tinha como ser diferente!". Sob esse ponto de vista, a astrologia cumpre um papel cultural, uma espécie de bússola que sempre te orienta, não deixando você se esquecer da sua origem.

Mas ter esse hobbie, essa paixão não me permite sair impune. Tem críticas e são muitas. Fora os sem noção que querem que você preveja o futuro, se vai ganhar na mega-sena ou se esta sendo traído. Se eu tivesse essas informações, eu iria cobrar muito caro por elas e com certeza a origem dessas respostas não estariam no céu.

Eu queria muito saber o porquê das pessoas se sentirem na liberdade de criticar o que quer que seja. Na sempre nata intelectual uspiana, a argumentação é que não se trata de algo científico. Ok, ok, já sei disso. Ou que se trata de uma ilusão burguesa para enganar as pessoas do seu cotidiano miserável no sistema capitalista (lembrando que para todo marxista-universitário-cínico-burguês, tudo leva a luta de classes, funciona como um mantra, até mesmo a reprodução das angiospermas é explicada pela luta de classes). Mas os estudos dos astros é anterior, mas muito anterior ao surgimento do sistema capitalista de produção. A astrologia foi apropriada pelo capitalismo, aliás o que não foi? Até o RAP que inicialmente surgiu como uma forma de protesto, virou uma forma de vender jeans, bonés e correntonas que ficam melhores para prender uma bicicleta do que no pescoço de alguém.

Na verdade a maioria dos críticos não querem conversar ou discutir idéias. Eles apenas precisam desse momento para mostrarem (em público melhor ainda) que são eloqüentes, inteligentes e superior a qualquer crendice estúpida que está posta no mundo do consumo. Acho bacana, porque essas pessoas encontraram uma forma chata pra cacete de trabalharem com sua baixa auto-estima. O que eu fico abismado é que essas mesmas pessoas que criticam com todas as forças a astrologia, acreditam piamente que uma revolução armada, composta de trabalhadores urbanos, irá transformar o mundo num lugar mais justo. Tá, acho mais plausível acreditar na influência da era de aquarius nas nossas vidas.

Parece que essas pessoas, ao mesmo tempo que criticam o mundo como está, não conseguem nem fazer um diagnóstico real da atualidade. Infelizmente, pobre não quer um mundo igualitário, ele quer luxo. Quem gosta da miséria é intelectual da área de humanas. Pra estudar e analisar bem de longe. Como uma professora de Urbana da USP que estuda as favelas de São Paulo através de fotos!!! Olha que bacana, como se não tivesse favela suficiente na cidade para ser estudada em campo.

E o que falar dos religiosos? Eles acreditam que Deus está no céu, contabilizando a cada milésimo de segundo nossas boas e más ações e pensamentos, para depois sermos julgados e recebermos na pós-vida nossos méritos ou castigo. Sem falar nos neo-pentecostais que acreditam que quanto mais perto de Deus você está, mais rico você fica, ou seja, se você é pobre, nem Deus gosta de você. Aham, realmente isso faz muito mais sentido que a astrologia, como não pude perceber a diferença antes?

O que eu quero dizer com tudo isso é que cada um acredita naquilo que lhe convém. Que cada um cuide das suas crendices. Tem gente que acredita no amor eterno, tem gente que acredita que as ONG´s são boas e vão salvar o mundo, tem gente que acredita que sendo um bom professor é o que basta para educação nacional decolar. Cada um que cuide da sua ilusão. Mas eu acho que as críticas é apenas aquela velha e conhecida fórmula humana de tentar diminuir o outro para conseguir se sentir um pouco menos inferior no seu inconsciente. O que também não deixa de ser uma ilusão. E não há luta de classes que explique isso, mas para um evangélico a resposta pode ser o demônio-picuinha que fica atentando as almas que pertencem a Deus a serem mesquinhas, já pra mim, isso é uma atitude típica de um capricorniano! ;-)

cine Belas Artes e Michael Jackson

Nos últimos meses a mídia tem dado muito destaque para a notícia do fechamento do cine Belas Artes na Av. Consolação, próximo a esquina da Av. Paulista; muita comoção, muita tristeza e muitas entrevistas. Fala-se da importância desse cinema na história da cidade e a prefeitura cogitou até mesmo o tombamento do prédio, como se isso realmente resolvesse alguma coisa. É só observar o estado dos imóveis tombados pela cidade, como o casarão na Av. Paulista, bem próximo ao cine Belas Artes, que está em um estado deplorável.

Para quem frequenta este cinema, sabe que nas segundas-feiras há um desconto de 50% para todo mundo. Os estudantes e correntistas do HSBC (isso, antes do banco se retirar como patrocinador do cinema) tinham mais 50%, ou seja, você pagava apenas 25% do valor total do ingresso e era nesse dia que eu ia assistir um filminho nas suas salas históricas.

O cinema nunca foi muito lotado, mesmo às segundas, especificamente à tarde era bem vazio. Alguns filmes em especial davam um ibope maior e lotavam as salas. Confesso que não ia todas as segundas, mas em média uma vez por mês ou nem isso. Pra ser mais sincero ainda, prefiro muito mais o Espaço Unibanco de Cinema, localizado na Rua Augusta, mas sempre passo em frente ao cine Belas Artes, já que ele está localizado em um dos principais corredores de ônibus da cidade e dali é possível observar o movimento do cinema.

O que dá raiva é que agora, do nada, ele está lotado, abarrotado de gente. Todas muito tristes, indignadas com o seu fechamento. Todas com uma história peculiar sobre o cinema, com uma ligação emocional com aquele espaço. Peraí! Onde estava esse povo todo antes da notícia do seu fechamento? Só porque o cine Belas Artes está na "crista da onda" na mídia, todo mundo quer fazer parte da sua história? Muita gente que preferia uma sala moderna de shopping com estacionamento e praça de alimentação, agora declara morrer de amores pelo Belas Artes?

O ser humano é realmente impressionante. Hipocrisia e babaquice sempre andam juntas.

Esse episódio me faz lembrar da morte do Michael Jackson, considerando as devidas proporções.


Na época, mesmo você não querendo saber da história, você ouvia detalhes sobre tudo. Antes da sua morte, ele era um artista esquecido e só era lembrado pelas peripécias com crianças; era motivo de chacota. Depois da sua morte, foi considerado o artista do século, do milênio, do universo, da galáxia. Pessoas que não escutavam suas músicas há mais de uma década estavam comprando CD, DVD, camiseta, copo, camisinha, absorvente íntimo, pomada para hemorróida com a cara dele. Todos o declaravam um gênio musical, um fenômeno da arte. Só de ouvir alguma música antiga do Michael, choravam, faziam cara de tristeza como se tivessem perdido um membro da família.

Só um minuto que eu vou vomitar.

Máscaras da Sociedade


Tenho um sério problema de convivência: percebo muito fácil as pessoas e não consigo segurar muito a minha língua; não que eu seja um detector ambulante que fica apontando os defeitos dos outros. Isso seria ser chato, mala e totalmente sem noção, mas confesso que sou um pouquinho de cada! Gosto mesmo é de esculhambar as máscaras alheias, é uma fonte inesgotável de diversão pessoal, com uma unica contra indicação: as pessoas esculhambadas criam um ódio muito grande por mim. Elas tentam disfarçar esse ódio, dissimulam para todo mundo, mas não para mim.

O que cria os maiores problemas, ao meu ver, é que as pessoas não são espontâneas, elas se agarram a uma máscara social que elas mesmas criaram para si e pra piorar, acreditam na própria mentira. Não dá pra simplesmente fingir que estou vendo o que uma pessoa diz para eu enxergar, algumas coisas são difíceis de engolir.

O pior é que as pessoas gostam disso, mas não se dão conta que estão sendo iludidas todos os dias. Algumas se acham espertas e acreditam que apenas enganam os outros, outras se fazem de vítima mesmo sendo algozes, outras enganam e são enganadas de forma consciente. Mas eu acho toda essa brincadeira de interpretação um pé no saco. Ainda mais quando alguém resolve cair na lamúria e dizer que não tinha percebido o quanto estava sendo enganado(a), já que todo esse show é tão óbvio.

Pessoas arrumam briga e criam ódio por conta dessas máscaras. É tanta mentira e atuação que o próprio mascarado não consegue separar o que é real do que é imaginário. Elas se incomodam pouco ou não se incomodam com uma mentira, mas odeiam quando a verdade é jogada na cara delas. Mentiroso se esbalda na mentira, dele e na dos outros.

Um dos meus tipos favoritos de mascarados são os castos, poderia chamá-los de falsos moralistas, mas existem vários tipos de falsos moralistas, alguns falam de ética, outros de sentimentos e esse tipo em específico fala de abstinência sexual ou do sexo apenas para reprodução ou dentro do casamento.

É tão lindo ver pessoas que não pensam em sacanagem, não falam sacanagem e não fazem sacanagem, não? São perfeitos exemplos do sagrado na Terra! Ooooooohhhhh...

Eu particularmente duvido dessas pessoas. Se você conhecer alguém assim, fuja. É encrenca, são pessoas problemáticas e perturbadas, com sérios problemas de auto-aceitação. Negar algo tão orgânico como sexo é o mesmo que não cagar por 1 mês. Se mentem para si, negando algo natural, mentirão sobre mais um monte de coisas.

Você pode fazer sexo com elas, será ótimo, é tanta energia reprimida que na hora que a oportunidade aparece é uma explosão! Só saia de perto depois do orgasmo, porque toda culpa virá à tona e o responsável será você. Sua imagem para ela será algo próximo de um demônio tentador, como se todo o "mal" fosse de sua irrestrita responsabilidade.

Caso o sexo não seja possível, por uma infinidade de razões, entre elas a tal pessoa casta tem zero de charme e energia sexual, provoque-a verbalmente. Fale sacanagem pesada, que você gosta de chupar buceta peluda, um pinto bem grosso ou um cu aberto. É impressionante a expressão de nojo e desprezo que ela tentará segurar, mas que mesmo assim é possível detectar. Lembre-se: essa pessoa nunca mais será a mesma com você, mas fique feliz, você mexeu em alguma coisa ali, naquela libido reprimida que vai se manifestar de alguma forma: essa pessoa vai transar loucamente com o primeiro(a) que aparecer, vai assistir a um vídeo porno, vai comprar um vibrador, resumindo, vai precisar extravazar! E o ódio por você também surgirá dessa provocação verbal, já que você foi o demônio tentador, mesmo que de forma indireta.

Fica aí a dica pra arrumar um inimigo bem hipócrita e que quase todo mundo acha fofinho(a) ou babaca mesmo! Tem gente que acha nobre, bonito pessoas que fingem que são castas e tem outras mais conhecedoras da realidade humana que acham que elas são fingidas ou imbecis ou com algum problema da cabeça.

Convivo com algumas pessoas assim no meu trabalho. Às vezes provoco, às vezes finjo que não vejo algumas coisas. Por que raios, as pessoas quando enfiam uma máscara na cara, quer também que os outros enfiem isso goela abaixo, quer a sua aprovação? Quer fingir? Finja, mas não obrigue o mundo a dar feedback positivo a respeito da sua mentira e não fique com raiva quando a máscara cai, porque ela cai. Esse é o meu problema, não aceitar a regra dos mentirosos, que diga-se de passagem é a maioria da sociedade.

Minha vontade é colocar as histórias aqui, das pessoas que conheço, mas eu tenho receio de processo. Vai que alguém lê, já estou com a grana curta, não tô podendo com advogado!!!

Durante os posts vou comentar mais a respeito desses tipos sociais que somos obrigados a conviver. É divertido pelo menos.